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Ensaio sobre Saramago

Posted by Odir Macêdo Neto on 11:26 in ,
Belém, 18 de junho de 2010.



Não sei se Portugal chora, se o Brasil lamenta, se a Ilha de Lanzarote, onde morava o gênio, está de luto. Talvez não fosse essa a atitude que Saramago gostaria de ver como resultado de sua morte. De repente ele preferiria que rissem à sua morte, não sei. Na verdade, sobre Saramago e companhia eu não sei muita coisa. Mas as suas obras realmente me cativaram e fizeram ter uma nova visão sobre literatura e sobre a arte de  manchar o papel. Um gênio e, ouso usar o clichê, um mestre.

Pode ser que, caso eu me converta de médico para escritor, eu cite José Saramago como uma grande influência. O que não é impossível. O único prêmio Nobel de Literatura da língua portuguesa saiu da carreira de serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção em uma editora para viver daquilo que pensava e escrevia. Uma inspiração. Talvez não um exemplo em sua totalidade, pelo menos para mim. Ateu confesso e comunista desde as fraldas, características levemente contrárias ao cristão e "capitalistazinho" que aqui vos escreve -  não há como negar, hoje em dia a gente respira o capital e carrega Marx no bolso, o que não garante nada.

Uma inspiração, um grande homem de ideias pra lá de profundas e que sabia usar as palavras de forma incomum. Ele reinventou meu pensamento e a minha escrita, acreditem. Queria tê-lo conhecido. Agora, fiquemos só na vontade.

Bom descanso, Saramago, e me permita continuar a usá-lo como critério para um post no blog.

Aos que permanecem cansados, até outro tempo.