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Fragmentos de outrora e nota do agora

Posted by Odir Macêdo Neto on 23:03 in , , ,
Belém, 6 de fevereiro de 2010.

Mes amis, quanto tempo. Ficar tanto tempo assim longe do blog me fez ver o quanto que fiquei viciado nisso aqui. Na verdade, me fez ver o quanto que ele está fazendo parte da minha vida. É praticamente uma parte imprescindível para que eu viva - exageraaado. Mas é verdade, o blog, de alguns tempos pra cá, tornou-se peça de identificação. Aqui tenho praticamente tudo o que eu quero em uma página na internet e o blog possui exatamente o que eu quero que um blog tenha, meus textos - momento narcisista.

Falando em meus textos, vamos ao que interessa. O título, depois de construído, força-nos a seguir uma trilha pré-determinada. Fragmentos de outrora e nota de agora... Apesar de a ordem ser essa, vou começar de trás pra frente. Pela nota de agora:

Os momentos em minha vida tem se alterado drasticamente de umas semanas pra cá. Sabe o que é: eu passei no vestibula! Eu sei que já falei disso no discreto post anterior, mas agora é hora de botar pra quebrar com toda a minha euforia pela vitória alcançada. "Cês" não imaginam a sensação de conforto, alívio, de segurança e felicidade que tenho sentido e curtido desde o dia do resultado e, quero, espero sentir até o final do curso. Ainda tenho muito - "vixe" - muito chão pela frente. Tem até umas pedrinhas pelo caminho; já me anunciaram tremendos rochedos que brotam por aí; parece-me que vão haver alguns muros, tipo esse do vestibular - que, para não perder o costume, eu já pulei, já alcancei o topo e já cheguei ao outro lado. Mas até onde a vista me permite alcançar, não consigo prever buracos sem fundo ou precipícios que não possuam pontes para chegar aonde quero; ou seja, não vejo grandes impecílios que definitivamente me impeçam de concluir o que comecei, a não ser a morte - que eu não interpreto como malefício - ou a desistência, fruto da fraqueza, que só pode brotar de mim mesmo. Resumindo esse parágrafo imenso: estou muito feliz, extremamente grato a Deus pelo que consegui, consciente de que tem muita coisa para enfrentar e que tudo depende de mim, do meu compromisso, da minha responsabilidade, do meu esforço, da minha entrega a Deus, que é quem realmente provê a energia e a força para eu ser o meu sonho: ser médico.

Ainda tem muito para falar do "agora", mas agora não é a hora. Vamos esperar o "mais" que esse ano tem reservado... Por enquanto, vamos para outrora, ver os fragmentos daqueles tempos. Mexendo no baú das coisas velhas e inúteis que a gente guarda, amontoa e certo dia resolve mexer, jogar o que não presta, encontrar uns tesouros e deixar uma espécie de "forro" para receber as outras coisas velhas que aparecerão no futuro, encontrei uns textos antigos que retratam um pouco sobre a arte de escrever, como eu gosto de escrever, o que é "escrever" para mim, qual é o momento certo, como eu me sinto quando escrevo etc. Acho que já deu para deixar bem claro. Infelizmente, não coloquei o dia e o mês em que escrevi os dois textos que vou colocar aqui, mas consigo me lembrar dos anos. Dá pra ter uma noçãozinha. Vamos ao que interessa:

Sem título - 2008

Uau... Bateu-me a vontade de escrever... Ela nasceu no meu peito, atravessou minhas artérias, manifestou-se em meu coração, infectou meu organismo e se instaurou no meu cérebro. Fui impulsionado a pegar na caneta, tomar um pedaço de papel e impregnar com a tinta as fibras de celulose; se é que a celulose é fibra...; se é que a fibra é de celulose...

Geralmente, toda uma atmosfera se instaura no ambiente ao meu redor, um clima específico se faz presente e o tempo colaboram para que eu tenha inspiração e disposição em abundância para escrever. Mas de uns dias pra cá, sinto que tenho forçado a atmosfera, o clima e o tempo. Meio que dizendo para esses fatores...: "Apareçam!" Como se fosse uma ameaça... "Apareçam ou então lhes espanco!" Talvez seja a necessidade de mostrar, de expressar, de estravazar, de exorcisar, de escrever o que tenho guardado de ideias, pensamentos, sonhos e medos, mais forte que qualquer outra coisa e que de tão forte e poderosa tenha a capacidade de se adaptar a qualquer ambiente, sem depender da atmosfera, do clima ou do tempo.

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Quero mais é escrever - 2009

desenho bom é assim: sem compromisso
escrever é bom quando é assim: sem compromisso
cantar é bom quando se canta assim: sem compromisso
compor é bom quando é feito assim: sem compromisso
pintar é bom quando: sem compromisso
porque já me bastam as neuras da vida
já me bastam as preocupações do mundo
já me bastam as perturbações da mente
para me deixarem preocupado, perturbado e neurado
para me mostrarem que tenho responsabilidades
que tenho compromissos
já me bastam as coisas sérias do meu emprego,
do meu trabalho, da minha família, do meu casamento,
dos meus filhos, da minha empresa, dos meus negócios,
da minha igreja, do meu ministério, do meu escritório,
do meu consultório, do meu gabinete, do meu parlamento,
da minha saúde, da minha alimentação
da minha conduta, do meu coração
se é para fazer bem feito, que seja assim: sem compromisso
mas se é para fazer bem, que seja assim: sem

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São só alguns fragmentos. Só pra constar: o último é o meu preferido - deve ser porque é mais recente, talvez. Até mais tempo... digo, até mais tarde... Na verdade, é impossível evitar repetições, então: até outro tempo. Abraços.